O que é o réu primário?
Você já deve ter escutado a expressão “réu primário” em alguma notícia ou conversa sobre processos criminais. Mas afinal, o que isso significa na prática?
O réu primário é aquela pessoa que nunca foi condenada criminalmente por uma sentença definitiva, ou seja, não tem antecedentes criminais registrados na Justiça. Mesmo que ela esteja respondendo a um processo, enquanto não houver condenação transitada em julgado, ela continua sendo considerada primária.
Essa condição tem grande peso no julgamento de um crime, porque mostra que aquela pessoa não tem histórico anterior de envolvimento com a Justiça Criminal. Por isso, a primariedade pode:
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Reduzir a pena, como uma atenuante legal;
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Ajudar a conseguir um regime inicial mais brando, como o semiaberto ou o aberto;
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Facilitar a liberdade provisória ou até mesmo um habeas corpus.
Mas atenção: é muito comum ouvir frases como “vou perder meu réu primário” ou “só vou fazer uma besteira, depois continuo primário”. Essa ideia está completamente errada.
A primariedade não é uma autorização para cometer um crime, e não garante impunidade. Quem é primário e comete um crime ainda pode ser preso, condenado e cumprir pena — o que muda é que, por não ser reincidente, pode ter tratamento menos severo, conforme as regras da lei.
Se você ou alguém próximo está sendo acusado pela primeira vez, procure um advogado criminalista com urgência. Saber como usar a primariedade de forma estratégica e responsável pode ser decisivo no processo.